sexta-feira, julho 11, 2008

Hoje



Hoje é um daqueles dias em que "deixem-me em paz"...
(Parece que só escrevo no blog quando se me aperta o coração... o que não é necessariamente mau, uma vez que fico meses a fio sem escrever, já deu para perceber)
Seja como for, hoje é um desses dias em que me não estou em mim.
Penso na Mafaldinha, lembram-se dela? Lembro-me da vez em que ela perguntou à mãe: "Ó mãe, porque é que as pessoas trabalham?" ao que a mãe responde sabiamente: "As pessoas trabalham para ganhar a vida." Depois de meditar um pouco a Mafaldinha sai-se com: "Mas porque é que essa vida que se ganha é gasta a trabalhar para ganhar a vida?" e a mãe ficou sem pio.

Ou seja, hoje em particular irrita-me que a vida esteja cheia de regras e limitações. Irrita-me ter que aceitar a sociedade como ela é. Irritam-me os bancos. Irrita-me o governo. Irritam-me as pessoas que se passeiam pelos dias como zombies. Irrita-me o social, o tradicional, o esperado, o sacrifício a bem de todos, as decisões para a vida, as consequências dessas decisões. Enfim, irrita-me ter que estar preparada para o pior, trabalhando para o melhor (isto nem devia ser permitido!).

O que é que aconteceu à máxima "a vida foi feita para ser vivida"? Será que o fazemos? E quando o fazemos, será que o fazemos como deve ser?

Hoje comecei o dia a chorar. Estou sob pressão.
Todo o dia me arrastei à procura daquele lado de mim luminoso e despreocupado. Liguei à minha mãe, abracei o meu amor, mas foram as palavras da amiga que me ajudaram a encontrar esse sorriso em mim.

As minhas melhores amigas, as minhas gajas, são o meu farol. Com elas, sei que nunca me vou perder na escuridão.

Também sei que amanhã estarei melhor.