quarta-feira, julho 26, 2006

A TV do povo

A nossa vida é dominada pela televisão.
Bem, não sei se isto se refere de facto a toda a gente, mas é a sensação que paira no ar... certo?...
Eu explico: se pararmos para pensar nos dias que nos escorrem pela vida, acima de tudo os mais recentes, damos conta que a televisão é fundamental na nossa organização "privadopública". Notícias, novidades, estimativas, até o trânsito da hora de ponta 5 minutos antes de vestirmos o casaco para mergulhar naquilo. Chega quase a ser ridículo. E no entanto pode ser tão útil... e triste... e insignificante... e estúpido, bolas! A televisão transformou-se no instrumento que nos diz aquilo que já sabemos, ou pior ainda, transformou-se numa espécie de política teleinterna que nos tenta envenenar a opinião seja no bom ou no mau sentido. Acho que este aspecto nem sequer é tido em conta.
O tipo de programas que vemos acaba por influenciar tudo o que fazemos com o nosso tempo livre, por exemplo: digamos que somos fãs do tipo CSI ou House ou mesmo Ally Macbeal, vemos os noticiários com assiduidade (e não estou afalar da TVI, isso dava um post ainda maior que este), uns documentáriops quando nada mais chama a atenção e a Herança acaba por pôr prova os nossos conhecimentos, cultivados de forma absolutamente aleatória porque cultura GERAL é bom, sendo que após nos viciarmos naquilo damos conta que se calhar não somos tão inteligentes como pensávamos. E o que é que fazemos nesse momento levemente humilhante? Mudamos de canal.
O que é incrível é que essa televisão de todos nós é a nossa biblioteca de temas para conversas do dia a dia. Eu diria mesmo que é a nossa verdadeira biblioteca de temas para a vida.
Um puto cresce a ver o Dexter's Lab e o ER, até gosta por isso lê uns livros de ciências, é bom aluno porque aquilo até é interessante, quando crescer quer ser médico ou veterinário ou cientista ou lá o que é. Percebem??
A miúda sempre foi adorada porque era rechonchudinha em bebé, coisa mais linda não se vira, tão grande que ela está feita mulherzinha, muito cor de rosa à pala da Barbie, mas uma certa rebeldia e sentido de justiça tipo Power Puff Girls. Os anos passam com fantasias do tipo sou uma princesa, sou a miúda popular, sou a miúda que nunca teve que fazer grande esforço para atrair as atenções porque sou daquele tipo que devia estar... na televisão. Quando for grande quero ter uma profissão importante. Quero ser actriz. Ou modelo, se calhar é melhor. Ou fotógrafa, quero ser fotógrafa e ir para África ajudar os podbrezinhos e mostrar ao mundo a miséria de lá. Não sei bem, mas tem que ser importante.
Vai na volta e sou só eu. Uma verdadeira Dona Quixota a perseguir telemoinhos por cabo. Também disponível por satélite!

quinta-feira, julho 06, 2006

derrotas para que te quero!...




E aí está ele, pensando que ainda não é desta que o mundo lhe cairá aos pés.

Portugal debateu-se com dignidade (algo que alguns tugas tendem a deixar na gaveta...), e já ninguém duvida que temos equipa! O europeu está aí dentro de dois aninhos e até lá há muita fruta na árvore que terá tempo de amadurecer (o Cristiano e as suas lágrimas sofridas... tss tss. Fez-te falta o "seio" da Merche, foi isso?). A minha bandeira volta para dentro de casa no Sábado, mas voltará para a rua na altura devida. Quanto ao Cristiano, ao Deco (que por acaso ontem foi uma sombra de si mesmo), ao Simão, aos Ricardos, etc, etc; podem chorar à vontade, mas espero que da próxima vez seja de alegria. Afinal de contas a derrota foi só uma, e as vitórias numerosas! Pequeninos como somos, estivémos à altura dos grandes, e só com um penalti é que esses franciús nos conseguiram bater. Todos devemos estar orgulhosos.


No fim, espero que os italianos levem o caneco!

terça-feira, maio 16, 2006

Uma espécie de vazio...

Eu sei que me comprometi em dizer qualquer coisa antes de segunda feira...
Também sei que não gostas nada de pedidos de desculpa, seja de quem for. [se soubesses como gosto disso em ti... és mesmo especial!] Ora isso deixa-nos à beira de um daqueles impasses que não servem para nada.
Vou contar-te, minha fada com o céu nos olhos[presta atenção, azuloidezinha! Isto também é para ti!].
Falando de coração aberto, estou a descobrir coisas estranhas e não tenho a certeza que gosto delas, ou que quero sequer pensar nelas. Escrever é um bom exemplo. Talvez o maior (melhor?).
A escrita foi uma armadura excelente numa batalha sangrenta e dura de travar. Vocês sabem. Uma das melhores frases que retive (não as palavras, mas o que diz) insinuava que os poetas, narradores, grandes escritores, não importa, escrevem porque a alma lhes dói. Tão simples como isso. Escreve quem sofre.
E de facto é verdade.
Que melhor altura para uma indigestão de palavras desagradáveis ataques de fúria gritos corrosivos lágrimas dores merda, do que aquela em que nos arrancam o coração à força. Certo?
O problema agora é que a infelicidade que foi minha musa deixou de existir. Quero dizer... existe.... mas muito longe... quero dizer... talvez já ali, mas a uma distância segura. Juro.
No fundo, tenho medo de acordar fantasmas. Pronto, está dito.
Só que depois ponho a mão na consciência e penso "que estupidez, mulher. Grow up."
Há tanto material! É horrível saber isso e sentir o caos na cabeça! BZZZZBZZZZZZZBZZZZZ!!!!!


As palavras ainda são um assunto sensível, e acho que está à vista que ainda nos estamos a medir.

Quem diria que chegaria a este ponto.

Boa noite Cinderelas. O príncipe está a caminho.

terça-feira, abril 11, 2006

ora BOLAS!!!


Ando às voltas com a "máquina" (leia-se: computador do inferno!) para ver se me entendo com o meu plano tecnológico pessoal. Isto de ser blogger não é fácil.
A conspiração COMPUTA vs MOIMÊME não me derrotará! Palavra!

quarta-feira, abril 05, 2006

para começar:

"Talvez não valha a pena
amarfanhar palavras
para fugir do medo.
A vida não é um jogo.
É uma espécie de nudez,
onde se perde o pé,
irremediavelmente."

Graça Pires in «Conjugar Afectos»

Discutível? Até aceito, mas é tudo uma questão de interpretação.

Eu sou a Cláudia. Para os amigos também Cláudia. Para os amigos especiais... bem... tenho que reservar alguns segredos para mim... e para eles.

Não pretendo impressionar com este novo blog. Pretendo preservar a memória para ti, sejas tu quem fores. Um filho? Um familiar? Um amigo? Um estranho? Eu? Não tenho a certeza que seja importante, mas sou nova nestas andanças, por isso pura e simplesmente não sei.
Pretendo saber-me melhor e a escrita sempre ajudou, embora nem sempre tenha estado do meu lado.
O nome do blog foi uma sugestão (e um elogio!) do meu mais que tudo, mas mesmo que não seja gaja boa, sou uma boa gaja. Asseada, educada, quase sempre optimista, mas acima de tudo complicada (embora o mais que tudo diga que não). Se não fosse complicada este blog seria uma seca. Esperem para ver, quero dizer, para ler... acho eu...
Bom, vamos então a isto.
Cláudia, há 28 anos Tuga de gema, Benfica no coração (que está prestes a jogar com o Barça a 2ª mão dos quartos de final da Champions - FORÇA BENFICA!), actriz não famosa embora relativamente bem sucedida, admiradora incondicional de Fernando Pessoa, William Shakespeare e da Natureza, família acima de tudo (olá mamã!), vegetariana, politicamente de esquerda mas não extremista (não, o PS não tem nada a ver), enfim, mais uma pessoa entre tantas.
O poema tem para mim valor especial (obrigada Ana L.), e reflete o que eu penso da vida: um mar finito e de marés imprevisíveis, mas que só assim pode ser apreciado. O que seria a vida sem desafios? Se fosse fácil, não era para nós. Não vale ter medo. Daí as palavras. Estas, as próximas, as absurdas, as coerentes, as lamechas, as raivosas, as doces, as azuis, as amarelas, as vermelhas, as vazias, as palavras.
E as pessoas.
Amo-te Filipe.
Olá a todos.
Até amanhã.